Alerta Defensivo em Meio à Ascensão Ofensiva: O Desafio de Dorival no Corinthians
A expressiva vitória por 4 a 2 sobre o Internacional, no calor da Neo Química Arena, no último sábado (3), injetou ânimo na torcida corintiana e evidenciou a crescente força ofensiva da equipe sob o comando de Dorival Júnior. Entretanto, um ponto crucial segue demandando atenção e preocupação: o sistema defensivo. Os dois gols sofridos diante do Colorado elevaram a estatística do Timão para alarmantes 35 tentos concedidos em apenas 31 jogos disputados neste ano de 2025.
Essa fragilidade na retaguarda contrasta diretamente com a capacidade de reação e o poder de fogo demonstrados no ataque, que orquestrou mais uma virada memorável dentro de casa. Apesar do triunfo, o técnico Dorival Júnior não escondeu sua insatisfação com os lapsos defensivos, cobrando um maior equilíbrio de todo o conjunto e identificando falhas pontuais como a gênese dos gols adversários.
Yuri Alberto durante partida entre Corinthians e Internacional, na Neo Química Arena, pelo Campeonato Brasileiro (Foto: Marcello Zambrana/AGIF)
“A nossa marcação se inicia com os nossos atacantes e finaliza, sim, em cima dos quatro últimos homens. Nós precisamos de um pouco mais de repetição, de trabalho, acima de tudo, de respeitar alguns comportamentos importantes. Mas eu volto a frisar que foram dois gols, assim, um belo trabalho de infiltração pelo lado do campo e o toque para trás, e o primeiro gol, uma jogada que estava nos nossos pés, aliás, as duas jogadas, as bolas estavam nos nossos pés, e a nossa iniciação quase acabou comprometendo o resultado”, analisou o comandante alvinegro.
De maneira enfática, Dorival salientou que a responsabilidade pela solidez defensiva não recai apenas sobre os zagueiros ou o setor específico. Ao contrário, ele enfatizou a necessidade de um comprometimento coletivo, onde cada jogador esteja alinhado com a organização tática e a compactação da equipe em todos os momentos do jogo.
“Então, assim, viemos tomando ao longo dos últimos jogos, talvez, mas precisamos trabalhar bastante para que possamos diminuir essa margem, melhorarmos consideravelmente e encontrarmos um caminho onde possamos jogar de uma maneira mais segura com a participação de todos os atletas, não apenas o sistema defensivo em especial. Foi no melhor momento da nossa equipe que acabamos sofrendo um desequilíbrio em cinco, sete minutos. No mais, o time teve volume, teve paciência, tocou bola de lado, criou por dentro. Tivemos jogadas trabalhadas com bolas alçadas, justamente onde precisaríamos e atacamos espaços importantes, o que nos deu a possibilidade de dois gols, inclusive.”
Diante da intensa sequência de jogos e da escassez de tempo para treinamentos táticos aprofundados, o treinador reconhece que a melhora defensiva demandará um esforço contínuo e a total adesão de todos os atletas. Mesmo diante das críticas, Dorival enxerga sinais promissores na postura da equipe e reitera que a organização, aliada a uma atitude aguerrida em campo, pode ser o diferencial do Corinthians nesta temporada.
Nesse sentido, Dorival tem priorizado a repetição exaustiva dos movimentos defensivos nos treinamentos, buscando automatizar as ações e fortalecer o entrosamento do coletivo como antídoto para os erros. O técnico demonstra confiança na capacidade de evolução defensiva do time com o tempo e a continuidade do trabalho.
“Eu acho que isso daí tem que ser estimulado para que a repetição faça com que nós possamos fazer cada movimento com um pouco mais de segurança. Os jogadores sempre acreditarem que podem realizar. Eu acho que isso foi um fato importante. É uma confiança que está começando a acontecer e eu espero que continuemos aí para que possamos ter, se Deus quiser, um crescimento a partir do próximo momento da equipe”, concluiu o treinador, demonstrando otimismo cauteloso em relação ao futuro da defesa corintiana.
